ABX25: 'Não adianta ter carros elétricos se o aço continuar poluindo', diz vice-presidente da Brazil Iron
02/10/2025
Published 17/09/2025 • 11:27
PONTOS CHAVES
Emerson Souza, vice-presidente da Brazil Iron, destacou nesta quarta-feira (17), na ABX25, a necessidade de integrar toda a cadeia produtiva para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
A sustentabilidade na indústria automotiva vai além da eletrificação dos veículos.
A sustentabilidade na indústria automotiva vai além da eletrificação dos veículos. Emerson Souza, vice-presidente da Brazil Iron,destacou nesta quarta-feira (17), na ABX25a necessidade de integrar toda a cadeia produtiva para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
"A indústria automobilística foi uma das primeiras do mundo a se movimentar nesse processo, já por meio da eletrificação dos carros. Mas não adianta ter carros elétricos se a produção continuar sendo feita com um aço que, em sua geração, elimina grande quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera. A integração é fundamental", disse Souza, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
"O ferro verde é um insumo produzido a partir do minério de ferro tradicional, mas com um processo totalmente descarbonizado. É o único insumo que possibilita transformá-lo em aço verde, ou seja, matéria-prima para carros e para a indústria de base sem emissões de gases de efeito estufa", disse Souza.
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Segundo o executivo, apenas 3% do minério de ferro do mundo tem essa capacidade, e que o Brasil, especialmente a Bahia, tem condições únicas para o desenvolvimento desse material. "O Brasil tem uma janela de oportunidade para entrar na vanguarda da descarbonização da indústria básica como um todo", disse.
Ele também comentou sobre a demanda internacional: "A Ásia e a Europa já estão vendo a necessidade de produzir aço verde. A corrida pelo material é grande, e a indústria automotiva é uma das primeiras a buscar esse produto para construir carros que sejam verdes não apenas na direção, mas também na fabricação."
O projeto brasileiro na Bahia inclui três etapas de processamento até chegar ao ferro verde, tecnicamente conhecido como HBI. "Além de gerar um produto mais amigo do planeta, o processo gera empregos, arrecada impostos e aumenta o valor agregado da produção exportada", concluiu.