Ferro verde conecta Bahia à demanda internacional por aço descarbonizado
28/08/2025
Foto: Divulgação/Bahia Export
Chamado de HBI, produto já desperta interesse das grandes indústrias por operações mais sustentáveis
A Bahia se destaca como uma das principais produtoras minerais do Brasil e do mundo e, dentro de um cenário de curto e médio prazo, o estado pode ser um grande fornecedor de HBI, sigla em inglês para o chamado ferro verde, que trata-se minério de ferro processado sem o uso de combustíveis fósseis, como carvão e gás natural. Mesmo pouco conhecido no mercado internacional, ele pode trazer grandes investimentos para o Brasil.
Na Bahia, a Brazil Iron se destaca dentro do cenário de transição para produção de aço de baixa emissão. O vice-presidente de Relações Institucionais da empresa, Emerson Souza, apresentou o cenário atual do ferro verde durante o Bahia Export, Fórum Estadual de Logística, Infraestrutura e Transportes.
Segundo o executivo, a produção do material segue a linha de descarbonização da indústria do aço. “Basicamente, de 8% a 10% das emissões de gases de efeito estufa são oriundas da indústria do aço. Então, é muito importante a gente trocar a nossa base energética para uma base de baixo carbono. Para essa transição, tem que trocar o forno, a carvão, para um forno de arco elétrico. Só que o forno só funciona, só tem a capacidade de transformar o minério de ferro em aço com um tipo de minério específico, que é exatamente o ferro verde”, explicou.
Souza afirmou que de 100% do minério de ferro distribuído pelo mundo, somente 3% dessa capacidade possui características para a produção do HBI. Ele destacou o potencial do estado para o desenvolvimento do produto.
O executivo da Brazil Iron destacou que a demanda do mercado internacional, por mais que seja um material considerado de baixo conhecimento, é muito alta em uma projeção dos próximos dez anos.
“O governo japonês já fornece um subsídio de 380 dólares a tonelada para a transição do aço impuro para o aço verde. Na Europa, a partir de 2026, toda a produção de aço que não seja 100% descarbonizada vai ser tarifada. E aí eu trago a conclusão, que nossa projeção é iniciar a produção a partir de 2030. A partir do momento que nós ligarmos à nossa indústria de ferro verde, os primeiros dez anos de produção já estão vendidos. O mercado já comprou. Não é que eu vou sair para vender, o mercado já comprou dez anos de produção, o que já garante uma receita de 30 bilhões de dólares a partir desse investimento”, finalizou.
Participaram do painel Henrique Capballal, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM); Marcelo Silvestre, presidente da Galvani Mineração; e Tony Lima, COO da Atlantic Nickel. A moderação foi de Georgina Maynart, jornalista da Rede Bahia (TV Globo).
Fonte da publicação: Ferro verde conecta Bahia à demanda internacional por aço descarbonizado | BE News